20.5.07

- Lembro-me de quando sonhava comigo já adulta. Com menos dores do que agora. As dores que me custavam a acreditar que não fossem fáceis de tratar.
- Peço um café para ti?
- Não, outro copo de vinho por favor.
- Tens frio?
- Não.
- Mas encosta-te a mim na mesma. Eu tenho.
- Que pedintes, nós. O que fazemos agora?
- Apertamos os atacadores dos ténis como se estivéssemos simplesmente aqui sentados a escolher um sítio para irmos a seguir. Não achas que já devias ir usando sapatos de mulher?
- Que asno me saíste. Entrelaça os teus dedos nos meus como se estivéssemos a criar uma forma com utilidade mas nos faltasse um lápis.
- Sempre te vais embora?
- Não sei.
- Paraste?
- Para que serviria uma forma destas?
- Para guardar fragmentos dos dias.
- Afinal tem utilidade, então.
- Paraste?
- Vamos embora, sim?
- Não me ouves?
- Não.

3 comentários:

Anónimo disse...

estava á procura de um livro q se chama "a cidade triste"

AL disse...

e então, encontráste-o?
não está em nenhuma destas gavetas.

AL disse...

anónimo é um nome invulgar.
Que apelido poderá ter alguém com um nome desses.