26.4.07

I

Nem muito longe, nem muito perto ouvem-se passos na estrada. Uma concertina e um violoncelo acompanham o escuro a alongar-se pela noite. A música é muito lenta, como quando se olha para o céu e se segue o trajecto de cada gota de chuva. Quando chove, claro. Não é o caso. A música é uma valsa. Dá mesmo vontade de dançar.
As janelas têm luzes muito amarelas e quentes que fazem tremer as sombras e brilhar tenuemente os cata-ventos. As casas são baixas, quase sem cor. Poder-se-ia dizer que tudo parece triste, se não se estiver atento a um ou outro pormenor.

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